No processo de tradução da tradição yôguica para o contexto ocidental/brasileiro no séc. XX/XXI, fomos convencidos de que uma didática conservadora, sem diálogo e com foco no mestre, faz parte do processo de expansão da consciência e assim seguimos reproduzindo uma “filosofia” que não dá espaço para o diálogo e se baseia em uma hierarquia de poder.
Porém buscamos evoluir em tantos aspectos, por que não na didática do yoga também?
Será um equívoco se desvincular de uma didática conservadora indiana de séculos/ milênios na compreensão de que o ato educativo é multidimensional e cada pessoa aprende por distintos meios, ritmo, formas, estímulos?
E que também as diferentes culturas, tempos, histórias, condicionamentos, criam diferentes necessidades no caminho do autoconhecimento e anseio pelo samadhi (estado de megalucidez buscado pelo praticante)?
Ou será a iluminação restrita apenas àqueles que suportam tal formato de transmissão do conhecimento?
Por que uma transmissão unidirecional fixa e estrita?
Por que não pensamos uma perspectiva crítica, dialética, não-normativa e não-linear também num contexto yôguico?
Talvez podemos pensar uma didática mais participativa, consciente, que gere maturidade intelectual e emancipação d@ alun@ em aprender a conhecer, a fazer e a ser sem criar um oprimido anseando ser um dia um opressor.
E isso acabaria com a relação mestre discípulo? Ou simplesmente mudaria o prisma através do qual miramos e romantizamos essa relação?
Como não acho que tenho uma resposta, gostaria de saber também sua opinião sobre esse tema 🙏